Dentes de leite que caem, dentes permanentes que nascem, roxos nos joelhos que não param de aparecer. Bicicletas que já não mais precisam de rodinhas, livros que já começam a ser lidos, palavras que já são ditas e compreendidas em inglês. É, o ano realmente passa, os meus pequenos crescem e o meu tempo com eles diminui!
Cada um com seu jeitinho, com sua personalidade, com suas preferências e intolerâncias. Karlijn gosta de dançar, de se maquear, de aprender palavras em português, de se sentir "gente grande", de bater na porta do meu quarto, escondida dos pais, para me dar um último beijo de boa noite. Tijmen prefere brincar de lego, não gosta de frutas, adora quando eu o pego de cavalinho, quer saber o "por que" de tudo, mas ainda não percebeu que várias vezes, eu também não tenho a resposta. "Por que você precisa voltar pra casa, se aqui na Holanda você já está em casa?" Apenas uma, das inúmeras perguntas, que eu não soube responder.
Neguei vários doces, mandei voltarem pra cama, desliguei a televisão, tive que obrigá-los a tomar banho. Não falem com estranhos, olhem antes de atravessarem a rua, não bata na sua irmã, nao xingue seu irmão, não coloquem o gato no microondas!!!
Mais do que aprender a educar 2 crianças, eles me ajudaram, principalmente, a relembrar a beleza da inocência, da vida simples, de alegrar-se com as pequenas coisas. Como é gostoso tomar um banho de chuva, fazer cabaninha, pisar descalça na grama, brincar com bolha de sabão, montar quebra-cabeça, pega-pega, rir até a barriga doer. Tomar chocolate quente, plantar bananeira e virar estrelinha, fazer careta no espelho, ganhar um abraço depois de um pesadelo, sentir vontade de voltar pro Brasil, mas desistir da idéia quando ouvir um "eu te amo" em uma língua, até então, desconhecida.
Vai chegando a hora de me despedir e eu ainda não sei como dizer "adeus". Por mais racional que eu seja, ainda não consigo imaginar como serão os meus dias sem eles. Responsáveis pela minha alegria e pelo meu cansaço. Com eles testei minha paciência, meu equilíbrio, minha flexibilidade. Me tornei mais madura, mas ao mesmo tempo, resgatei meu lado infantil.
As lágrimas já caem, a saudade já vem, o coração já dói. A gente tem que fingir que é forte, prometer que tudo ficará bem e que mesmo longe, continuaremos sendo irmãos. Os dias passam, meu embarque se aproxima e eu ainda continuo sem saber o que responder ao Tijmen...
Diga apenas: "Até logo! Tcháu! A gente se vê logo!"
ResponderExcluirSim filha, porque eu sei que vc voltará para vê-los. E a distância entre vcs será sempre pequena diante do grande amor que nasceu no coração de vocês.
Bixa Bia...se vc descobrir como dizer tchau para os olhinhos infantes...me ensina pq eu estou a ha 2 anos e meio tentando...
ResponderExcluirLindo! Chorei...
Vera-apesar de não conhece-la, fiquei emocionada com suas palavras, mas não diga adeus, e sim até breve, não sabemos o dia de amanhã, o que vc viveu com eles ficará sempre uma doce lembrança!!!!abraços
ResponderExcluirBia...Bia....A vida é sempre assim! Encontros e despedidas!!!
ResponderExcluirMas tudo passa!! Qdo estamos muito felizes temos que ficar atentos, pois a euforia passa!!
Qdo estamos tristes, também devemos lembrar: TUDO PASSA!!!
Bjs , AngemerLi