terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Mico na imigração francesa!
No meu último dia em Londres, depois de 5 meses na Europa, resolvi, juntamente com mais 3 amigas, de que era hora de dar uma pausa na degustação das culinárias nativas e finalmente se render a uma boa comida brasileira.
Estávamos dispostas a pagar algumas libras só pra relembrarmos o gostinho do arroz, do feijão, da picanha, da farofa, da mandioquinha, do brigadeiro, do suco de acerola...Hummmmm! Assim, saímos em peregrinação pela cidade.
Encontramos, na alternativa Camden Town, um aconchegante restaurante mineiro. Sentamos, fizemos o pedido (aliás, fazia muito tempo que eu não era tão bem atendida) e ficamos ali esperando o tão cobiçado alimento. Estava tudo ótimo! Um verdadeiro orgasmo gastronômico!
Pedimos, a propósito, mais do que o suficiente. As quatro já estavam mais do que satisfeitas e ainda havia MUITA comida. Foi quando o garçon propôs: "Por que vocês não embrulham para a viagem?"
Estávamos pagando muito caro e a comida estava tão deliciosa. Além disso, havia o necessário para as 4 jantarem mais tarde. Por que não? Aceitamos!
Ele fez um marmitex e nos entregou. Por estar com a bolsa maior e menos cheia, fui eleita por unânimidade para carregar o tal "embrulho". Arrumei, com muito esforço, um espaço na bolsa. Depois fomos aproveitar os últimos instantes que nos restava da encantadora capital inglesa.
Andamos a tarde toda. O horário do meu ônibus de volta à Holanda já se aproximava (sim, fui e voltei de ônibus, mas este episódio merece um post a parte). Comprei um sanduíche pra comer na viagem e nem me lembrei de que a tal marmita ainda estava na bolsa.
O ônibus chegou até o porto e antes de entrar no navio para podermos atravessar o canal da mancha, o motorista pediu a todos os passageiros que descessem. Tínhamos que passar pela imigração francesa para podermos retornar à União Européia.
Em fila, um a um, fomos chamados para fazer a entrevista com os oficiais da imigração. Antes porém, precisávamos deixar as bolsas no chão para os cachorros cheirarem e verificarem se havia algo suspeito.
O cão se aproximou da minha bagagem. Um segundo foi suficiente para que a saborosa comida brasileira atraísse aquele sensível olfato canino. O oficial me olhou desconfiado e pediu que eu abrisse a bolsa. Eu gelei! Abaixei e, na frente de todos viajantes, abri minha bolsa para inspeção
Como fui me esquecer da maldita marmita? Logo eu que ODEIO imigrações!! Só pode ser a Lei de Murphy...
O oficial avistou a "simpática" embalagem metálica e me perguntou o que era. Foi quando minha ficha caiu. Como aquela situação estava constrangedora!!!! Não aguentei. Tive uma crise de riso!
O policial francês, surpreso com minha reação, gritava compulsivamente "Qu´est-ce que c´és? Qu´est-ce que c´és?" (O que é isso? O que foi?). Neste momento, já sentada no chão, fiquei rindo sem parar: da cena, da vergonha que eu estava prestes a passar, de nervosismo...
Respirei profundamente, me recuperei e finalmente, matei a curiosidade dos espectadores revelando o que havia dentro da minha bagagem.
Foi a primeira bronca em francês que eu levei na vida (ah sim, depois, ao longo das viagens, surgiram mais!). Ele alegava que eu deveria saber que era proibido transportar, aquele tipo de comida de um país para o outro, que eu era irresponsável, e blábláblá!
Me desculpei. Ele, resmungando, me deixou retornar à União Européia, afinal apesar de tudo, eu ainda tinha o visto holandês no meu passaporte.
E mais uma vez, por pouco, eu quase fui barrada em uma imigração...
Ah sim, e meu marmitex?
Digamos que o cachorro também teve um final feliz! Afinal pela primeira vez, no meio do expediente, ele estava comendo uma "comida de verdade"...
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Nostalgia
Hoje faz exatos 3 meses que me despedi dos meus "holandezinhos". Como passou rápido! Sentada no ônibus, presa no caótico trânsito paulistano, comecei uma sessão nostalgia dos momentos que passei, ao longo de 12 meses, com a Karlijn e com o Tijmen.
Lembro nitidamente da voz, do cheiro, das manias, dos medos, das preferências, do jeitinho de cada um deles. Como foi possível eu me apegar tanto a 2 "pessoinhas" que até então, eu nem imaginava que pudessem existir?
Quanta coisa boa eu pude viver ao lado deles. E quantos perrengues eu passei por causa deles...
Lembro, por exemplo, da primeira vez que a Karlijn chorou. Era meu primeiro dia em terras holandesas e o primeiro instante que os pais haviam me deixado sozinha com as crianças. Fomos ao "playground" (parquinho) brincar. Próximo dali, havia uma fazenda com alguns animais. Meus mais novos irmãozinhos ficaram encantados com os mais diversos bichos e apontavam compulsivamente me mostrando cada um deles.
Karlijn correu junto à cerca, que a separava dos simpáticos animais, para poder acariciá-los. Só não contávamos (já que não havia nenhuma placa informativa) que a bendita cerca fosse elétrica.
Pronto! Foi tudo tão rápido! Em um segundo, lá estava ela caída no chão, chorando, gritando palavras holandesas que eu desconhecia, mas era óbvio deduzir que estavam relacionadas à dor. Peguei a menina no colo, fiz uma mímica para Tijmen me seguir (ele ainda não falava uma única palavra em inglês) e corremos para a casa.
Eu só queria acalmá-la e tentava não pensar o que os pais diriam, sobre meus primeiros 2 minutos como au pair. Como eu tive medo da reação deles!
Eu expliquei, receosamente, toda história à família. Neste dia, eu tive certeza de que meus pais holandeses realmente eram calmos e controlados. Eles não se zangaram comigo. Ainda bem! Apenas foram conversar com o dono da fazenda, para que ele sinalizasse a tal perigosa cerca...
Outro episódio tenso, foi quando Tijmen atropelou um carro com sua bicicletinha. O veículo estava parado no semáforo e Tijmen, estava pedalando enquanto olhava para os lados. Karlijn e eu gritamos, tentando alertá-lo. Porém quando olhamos novamente, o menino já estava no chão. Ficou apenas alguns segundos desacordado, mas foram suficientes pra quase me enlouquecer. Felizmente, mais uma vez nada de grave aconteceu...
Este mesmo menininho, de 5 anos de idade, acabou descobrindo "toda a verdade" sobre como veio ao mundo, mais cedo do que seus pais haviam planejado. Estávamos em casa, inocentemente, apenas ouvindo música. Dentre tantos artistas, tantas melodias, tantas letras, ele foi notar, justamente, a palavra "sex" (sexo em inglês), da música "Sexy back" (do Justin Timberlake).
Ficou gritando o dia todo, compulsivamente "sex, sex, sex, sex". Achei que logo ele esqueceria. Como eu fui ingênua! Bastou a mãe chegar para que ele lançasse um "Mãe, o que é sexo?". Minha host apenas perguntou "Aonde você aprendeu isso, Tijmen?", e ele alegremente respondeu "Com a Bianca". Mais uma vez, lá estava eu me explicando à minha família holandesa...
Como estes 2 me fazem falta...
E hoje, 3 meses depois, em outro continente e longe dos meus pequenos, fiquei relembrando todos estes fatos, rindo sozinha dos momentos cômicos, revivendo as situações tensas, confesso, que até mesmo derrubei algumas lágrimas ao pensar neles.
E das brincadeiras diárias, gargalhadas descontroladas, surpresas intermináveis, inúmeros sustos e imprevistos, me restaram somente as fotos, os vídeos e as lembranças...
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Reveillon em Barcelona
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Relacionamento com os felinos
Antes do embarque, eu já sabia da existência destes dois "simpáticos" animais de estimação e não me emploguei. Mesmo consciente disto, eu havia gostado tanto da família que estava disposta a encarar as tais gatas. Só não sabia que elas me dariam tanto trabalho.
Entramos. Enquanto eu tomava outro banho quente, ela me preparou um chá. Ainda abalada com a situação, ganhei todo o dia livre para me recuperar. Gerwin alegou que buscaria os próprios filhos. Afinal, fazia tempo que ela tinha vontade de fazer isso, mas na maioria das vezes, não podia estar presente.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Surfando o sofá alheio
Como o próprio site descreve, o "CouchSurfing é uma rede mundial para fazer conexões entre viajantes e as comunidades locais que eles visitam". Portanto, se você é uma pessoa flexível, que não se importa com o conforto da hospedagem, mas sim em conhecer novos lugares e pessoas, esta é uma ótima maneira para fazer amigos e economizar uma graninha.
Veneza, Roma, Milão, Budapeste, Luxemburgo, Atenas, Amsterdam, Praga, Viena, Sofia, Zurique, Istanbul foram apenas alguns dos destinos, em que eu pude ser hospedada por nativos, fazer novas amizades, aprender um pouco mais da cultura e visitar locais incríveis que não são sugeridos em guias turísticos. Através do CouchSurfing eu pude, mais do que conhecer lugares famosos, vivenciar realmente, pelo menos um pouquinho, o cotidiano e os costumes de diferentes povos.
Dentre tantas experiências positivas, houve uma, no entanto, que me marcou muito: Santorini. Algumas semanas antes do meu embarque, consultei a ferramente de pesquisa do site e constatei que havia apenas 6 pessoas cadastradas, morando na paradisíaca ilha grega. Com pouca esperança de que algum me respondesse, já que era alta temporada, época em que os gregos tiram férias, resolvi, mesmo assim, solicitar hospedagem a todos eles. Afinal, o máximo que poderia acontecer era não obter respostas. Para o meu espanto, porém, no mesmo dia em que eu havia escrito as mensagens recebi o retorno de um deles.
Alex escreveu que estava disponível para me hospedar durante o período solicitado. Mal pude acreditar! Afinal, além de Santorini ser um dos destinos mais caros do mundo, a demanda de "surfers" na ilha é enorme, em relação à quantidade de pessoas que estão disponíveis a hospedar. Sem hesitar, confirmei com ele minha ida e passei os detalhes da minha chegada!
Foram 5 horas de Ferry boat de Atenas à Santorini. Quando cheguei na ilha vulcânica fiquei, literalmente, de boca aberta. As pedras de coloração escura, com as famosas casinhas brancas, contrastavam com o azul intenso do mar. Só não era confundido com o céu, pois as ondas brancas limitavam as fronteiras. Lembrei das cores da bandeira grega, branca e azul, e admirando aquela paisagem, pensei ter descoberto o motivo da escolha de tal cores.
Fui interrompida do meu devaneio, apenas quando Alex, que já me esperava no porto, veio me chamar. Fomos devidamente apresentados e logo em seguida, fomos dar uma volta pela ilha de moto. Enquanto eu me deslumbrava com o lugar, ria internamente em pensar o que minha família e meus amigos diriam, se soubessem que eu estava ali, já na garupa de um desconhecido.
Alex era o DJ mais famoso de Santorini. Ele migrava, anualmente, durante o verão, para tocar nas ilhas mais badaladas da Grécia. Durante os 4 dias da minha estadia, fui a diversas festas como convidada VIP, passei muitas tardes na praia, conheci muita gente interessante, experimentei a culinária local e até mesmo fui contratada, por indicação do host, como Bar Woman de um dos bares mais conhecidos dali. Como eu me diverti naquela ilha!
Hoje relembrando todos os ótimos momentos que vivi, graças a todas as pessoas que gentilmente abriram a porta de suas casas para mim, percebo que muito mais do que aprender com as diferenças, eu pude, principalmente, ter certeza que ainda podemos confiar nas pessoas. Mas não porque você as conhece ou porque conquistaram sua confiança. Confiar porque, simplesmente, todo ser humano deveria ser, por natureza, honesto.
Utópico? Pode até ser. Mas você só conseguirá sentir o que eu senti, se você também se permitir e experimentar...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
(De) Saia pelo mundo
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
De volta pra casa
O abraço da minha mãe ainda é o meu melhor calmante, a risada do meu pai a mais engraçada, as cosquinhas do meu irmão que continuam me perturbando. Como é bom poder reencontrar pessoas queridas, abraçá-las, ouvir e contar as novidades, apenas ficar junto...
Senti falta do cheiro do café, dos almoços de domingo, de jogar baralho com meus pais antes de dormir, de não ter hora pra acordar. Senti falta dos amigos, daqueles que mesmo longe se fizeram tão presentes. Quando os reencontrei, tive a doce sensação de que a despedida havia sido apenas por um dia, e não por um ano.
Ao mesmo tempo, também é estranho notar que apesar de tudo ainda ser igual, eu já não sou mais a mesma, e perceber que na verdade, é justamente isso que faz toda diferença. A minha "essência" pode até ter permanecido, mas os meus pontos de vista e algumas das minhas"verdades" acabaram sendo modificadas.
Já não tenho mais o mesmo gosto, a mesma tolerância, o mesmo comportamento, os mesmos hábitos, as mesmas reações. Porém não acho que mudar seja algo negativo, pelo contrário, ainda acredito que "mudança" seja sinônimo de evolução.
E eu que pensava que com esta viagem, além de conhecer outros países, eu iria principalmente, me conhecer melhor. No fim, acabei mudando tanto que já nem me reconheço mais...
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Mijn lief zusje...
Falta menos de uma semana pra eu retornar ao Brasil! Eu ainda nem fui, mas tenho certeza que sentirei MUITA falta desta vida de au pair. Portanto é por isso que postarei outro vídeo. De certa forma, além de vocês conhecerem um pouquinho da minha rotina é principalmente, uma maneira de eu arquivar estes momentos tão doces. Este foi gravado hoje com a menininha que eu cuido.
Karlijn tem 7 anos e além de linda, é a criança mais inteligente que eu conheço (ok, ok, eu sei que já deu pra perceber que eu sou uma "irmã coruja", mas é verdade!!!).
Pra que falar mais se vocês podem assistir e conferir?
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Uma noite babysitting...
Uma das minhas raras (Ufa!) noites de babysitting...Divertidas e cansativas!
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Nem toda brasileira é (vaga)bunda...
Não estava fazendo nada errado, mas a idéia do meu destino depender da boa vontade de um indivíduo, que não tinha a menor noção do quanto eu havia almejado estar ali, me perturbava. Eu já esperava ser interrogada, mostrar documentos, explicar o porquê eu queria morar um ano na Europa, tentar convencê-los de que eu não ficaria ilegal no continente e todo aquele blá,blá,blá. Eu tinha em mãos visto, carta da família, seguro médico, os euros requisitados e passagem de volta ao Brasil, mas mesmo assim, viajar com passaporte brasileiro sempre causa uma certa insegurança.
Depois de algum tempo na fila, enfim, havia chegado a minha vez. O oficial italiano pediu meu passaporte e viu que eu vinha do Brasil. Pronto! Bastou saber que eu era brasileira para o comportamento mudar. Checou visto, toda a documentação, fez milhares de perguntas e então me mandou tirar o casaco(?). E ali na fila, ele deu um sorrisinho malicioso, colocou a mão por dentro da minha blusa e acariciou a minha cintura. Só então, falou que eu podia ir. Eu gelei, mas desta vez não era por causa do frio.
Não tinha chorado quando me despedi dos meus pais, do meu irmão, dos meus amigos. Não havia chorado, mesmo vendo minha mãe chorar no aeroporto de Guarulhos. Mas ali em Milão, depois de ter "passado" pela imigração, eu chorei!
Fiquei com raiva, tive nojo, me senti humilhada e não tinha a quem recorrer.
Durante estes meses na Europa, o episódio com o oficial não foi o único e nem o último. E conversando com outras brasileiras, vejo que o "assédio" não foi só comigo. Independente do biotipo, quando você fala que é do Brasil, a reação masculina é sempre a mesma "Hummmm, Brazil? Really?", seguido de um olhar mal intencionado.
A pior parte é saber que este rótulo não foi criado ocasionalmente. O grande número de prostitutas brasileiras no velho continente e o tal carnaval com suas mulheres nuas, apenas reforçam este conceito aos estrangeiros.
É claro que existe gente legal e babaca em qualquer lugar. É lógico que encontrei muitos "gentlemen" mundo afora. E é óbvio também que toda mulher gosta de se sentir bonita e desejada, portanto confesso que, DEPENDENDO do gringo, até falei que era brasileira, com aquela intençãozinha de provocar. Mas mesmo assim, nem toda brasileira é "(vaga)bunda", poxa! Ou pelo menos, não sempre e muito menos, com qualquer um.
A mulher brasileira parece não ter nome, rosto ou personalidade. Para a maioria dos gringos, ela apenas tem um corpo bonito e sabe sambar. Portanto, meu amigo, se um dia alguém te perguntar sobre as tais mulheres brasileiras, experiemente apresentá-lo à Tarsila do Amaral, Cecília Meireles, Lya Luft, Elis Regina ou Fernanda Montenegro. Quem sabe assim a gente não consegue, finalmente, acabar com este estigma!
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Coisas que a gente perde viajando
Perdi um trem para Amsterdam, porque cheguei 1 segundo atrasada. Perdi o ticket do meu transfer até o aeroporto, em Barcelona, depois de 3 minutos que eu o havia comprado. E neste mesmo lugar, eu perdi totalmente "a noção" depois de passar uma virada do ano, no mínimo, bizarra!
Perdi a fome, muitas vezes, por ver pessoas comendo pão com maionese, queijo e granulado (argh!). E ainda perco, toda vez que vejo os atendentes recebendo o dinheiro, não lavando a mão e entregando a comida. Mas, perdi o nojo na França e me rendi ao scargot.
Perdi o sono depois de chegar as 04:00 da manhã na estação de Praga, e ter que ficar esperando o sol nascer ao lado de mendigos, bêbados e homens brigando. Perdi "a linha" depois de uma noite open bar em Budapeste. Me perdi na Bulgária, infinitas vezes, porque as pessoas só me davam informação em búlgaro ou russo. Perdi a frescura de levar salto alto na mochila, depois de ter ficado com várias bolhas nos pés.
Perdi a vergonha de me hospedar na casa de pessoas desconhecidas. Foi justamente graças a todas elas, que eu não perdi a oportunidade de conhecer tantos países na Europa. Depois disso, perdeu a graça visitar apenas os lugares turísticos e perdi o sossego, porque desde então, não consigo mais cogitar a idéia de pagar hotel.
Perdi, há muito tempo, o medo de viajar sozinha. Também perdi a mania de deixar de jantar
em restaurantes, ir a baladas, ou sentar em um pub, só por não ter companhia. Mas, ainda perco a paciência, por encontrar tantos gringos que acham que toda brasileira é p*.
Perdi a vontade de falar com gente que só me pergunta, sobre a legalização das drogas na Holanda. Perco a esperança no ser humano, quando vejo pessoas que acham divertido quebrar garrafa de bebida alcoólica na rua. Ou ainda, quando vejo que muitos perderam o respeito e primitivamente, jogam lixo no chão. Apesar disso, também não quero entrar para aquele tal grupo, dos que não perdem o hábito de reclamar, e acreditam que o "mundo está perdido", mas não fazem nada para mudá-lo.
Quer saber? Eu ja perdi tanta coisa viajando, mas nunca quero perder esta paixão por viagens...Porque no fim, perder e ganhar são, simplesmente, dois lados da mesma moeda!
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Uma tarde com o Tijmen...
Este vídeo foi gravado durante uma tarde em que eu estava sozinha em casa com o Tijmen (A Karlijn estava no Balé).
Apesar de ter apenas 5 anos, ele já consegue entender várias palavras em inglês, desde que sejam pronunciadas pausadamente. Até mesmo quando eu converso com ele em holandês, ele também tenta responder na língua inglesa.
Assistam e apaixonem-se pelo meu "dutch guy"!!
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Pedalar é...
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Pais holandeses
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Por que não Holanda?
Quando informei meus amigos e familiares sobre minha viagem à Holanda, dentre tantas opiniões diferentes, tantos palpites (não que eu pedisse), apenas um questionamento foi unânime: Por que Holanda?
Já que é pra quebrar os rótulos, você sabia que, apesar de ser comumente conhecido, o nome correto nem é Holanda? Holanda do Norte e Holanda do Sul são na verdade duas, das 12 províncias, que constituem os Países Baixos (Netherlands). São nestas 2 que, praticamente, gira toda a economia. Mas, seria o mesmo que a gente chamasse todo o Brasil, por exemplo, de São Paulo ou Rio de Janeiro. Essa confusão de nomes que a grande maioria dos estrangeiros faz, irrita (e muito), principalmente, os holandeses (dutch) que não moram nestas províncias.
Além disso, apesar do idioma oficial ser o holandês, a maioria da população fala, pelo menos, inglês fluentemente. Segundo os dados do Consulado "73% dos holandeses falam uma língua estrangeira, 42% falam duas e 12% falam mais de duas. ". Assim, logo me animei com a possibilidade de poder treinar vários idiomas, morando em um só lugar.
No entanto, mais do que cuidar de crianças, ou aprimorar conhecimentos linguísticos, o que realmente me estimulou a ser Au pair nos Países Baixos, foi a possibilidade de quebrar tantas fronteiras, em tão pouco tempo.
Tenho que admitir que a localização estratégica da cidade em que eu vivo (Maastricht, ao sul do país, entre as fronteiras alemã e belga), o número de dias livres que minha família holandesa me forneceu , a variedade de companhias "low cost" (com baixo custo) que operam nas proximidades daqui e uma certa dosagem de cara de pau, fizeram com que eu cumprisse minha meta: Viajar, pelo menos, a 1 novo país por mês!
E entre sacrifícios e planejamentos eu poderia contabilizar as minhas experiências, resumidamente, da seguinte forma: 16 países visitados, 2 certificados de idiomas, pernas mais tonificadas em razão da quantidade de vezes que eu fui obrigada a pedalar, amigos de diversas partes do mundo, alguns novos amores, inúmeras histórias inesquecíveis e muitos, mas muitos, sonhos realizados...
Que venham os próximos 2 meses, mais surpresas, sorrisos, momentos, pessoas, sensações, descobertas! Que venha principalmente, minha última (e tão esperada) viagem em terras européias...Última? Deste ano, claro!
sábado, 25 de julho de 2009
Ingênua(mente) infantil
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Profissão: irmã mais velha
quinta-feira, 23 de julho de 2009
O que me faz escrever este blog...
"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : 'Fui eu ?'
Deus sabe, porque o escreveu."
Sempre gostei de Fernando Pessoa! Esta poesia, em especial, me ajuda a explicar o porquê da criação deste blog.
Tantas mudanças, descobertas, dúvidas, "verdades absolutas" que já não são mais as mesmas.
Mais do que, simplesmente, compartilhar com vocês um pouquinho das experiências que eu vivi (e estou vivendo) durante estes meses na Holanda, também quero ter arquivado, não apenas na memória, esta fase tão intensa da minha vida.
Sejam bem-vindos!